O deputado estadual Capitão Assumção subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para denunciar a trágica e revoltante morte de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, ocorrida no dia 20 de novembro de 2023, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Para o parlamentar, esse caso não pode ser tratado como um simples infortúnio, mas como o resultado de uma sequência de negligências, omissões e covardias do sistema de justiça brasileiro.
Clezão, um pai de família nordestino, foi preso preventivamente sob a acusação de participação nos eventos de 8 de janeiro de 2023. No entanto, segundo Capitão Assumção, ele já vinha alertando há meses sobre sua frágil condição de saúde, sofrendo de diabetes, hipertensão e vasculite, uma doença grave que comprometia sua circulação sanguínea e causava desmaios frequentes. Mesmo com laudos médicos, pareceres favoráveis da própria Procuradoria-Geral da República e sua hospitalização em maio de 2023, a justiça ignorou os pedidos de sua defesa para que fosse tratado de forma humanizada.
No dia de sua morte, Clezão sofreu um mal súbito durante o banho de sol na Papuda e demorou cerca de 40 minutos para receber socorro. Segundo a Defensoria Pública do Distrito Federal, não havia desfibrilador nem oxigênio disponível no presídio para atender emergências. “Pergunto aos senhores: onde está a humanidade nisso? Onde está o respeito à vida humana garantido pela nossa Constituição?”, questionou Assumção.
A família de Clezão, devastada, levou o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando que ele foi torturado pela negligência do Estado. Sua filha, Luíza Cunha, descreveu o pai como um homem íntegro, um trabalhador que jamais deveria ter sido tratado com tamanho descaso. Capitão Assumção reforçou o alerta: quantas famílias mais terão que sofrer essa dor para que se faça justiça?
O deputado exigiu investigações sérias e transparentes sobre a estrutura da Papuda e as decisões judiciais que resultaram nessa tragédia. “Isso é covardia! A justiça não pode ser cega aos gritos de quem sofre. A vida humana não pode ser tratada como descartável!”, concluiu. Capitão Assumção pediu apoio dos demais parlamentares para garantir que nenhum outro brasileiro seja vítima de tamanha injustiça.